Olá pessoal,
Como muitos de vocês já sabem, sou um grande apreciador de caminhadas, trekking e atividades que podem nos levar a conhecer lugares pouco explorados pelo homem e que em razão disso conservam sua beleza natural e nos motivam a vencer certos obstáculos para se alcançar um objetivo.
Assim como alguns amigos que me acompanham nas viagens e trilhas, costumo incentivar as pessoas a realizarem este tipo de atividade, porém sempre com muita cautela e indicando trilhas que estejam de acordo com o preparo físico e a experiência da pessoa que irá se embrenhar mato a dentro, montanha acima, morro abaixo etc. Afinal, a segurança é um fator primordial para que se obtenha um Trekking tranqüilo.
Infelizmente, algumas pessoas quando atingem um nível um pouco mais elevado de experiência, começam a mirar objetivos e desafios cada vez maiores e passam a deixar a segurança e a sensatez em segundo plano e nestas horas uma decisão tomada de forma errada pode ser fatal.
Foi o que aconteceu com o economista brasileiro Gabriel Buchmann, 28 que estava desaparecido desde o ultimo dia 19/07 em uma montanha no Malauí, na África. Ele havia saído para escalar uma montanha acompanhado de um guia local, porém em determinado trecho da subida, a mais ou menos três mil metros de altitude, tomou aquela que provavelmente foi a decisão que o levou a morte: Dispensou o Guia.
Segundo relatos, o guia o havia informado sobre os perigos de continuar a escalada devido às péssimas condições do tempo, mas não foi ouvido.
O corpo de Gabriel, foi encontrado caído em um vale a mil metros de altitude e as causas da morte ainda não foram confirmadas pelas autoridades.
Algumas das frases ditas pela família da vítima, confirmam a teoria de que o excesso de confiança das pessoas possa levá-las a um fim trágico:
“Não sabemos a causa da morte, ele estava acostumado a fazer trilhas”
"O Gabriel tem experiência com escalada de montanhas. Ele também é bastante precavido pra qualquer tipo de situação. Ele é preparado, afinal ele já está fazendo esta viagem ao redor do mundo há um ano"
Diante disso me pergunto: Até que ponto vale à pena desafiar os limites da nossa experiência?? Não seria prepotência demais achar que conhecemos mais sobre um lugar do que seus próprios moradores? Será que a atitude dele ao dispensar o guia valeu o sofrimento da família neste momento???
Enfim, são perguntas que prefiro me fazer antes de testar qualquer limite da minha vida.
O mundo mochileiro infelizmente perdeu um de seus Backpackers e sem dúvida a família e amigos do Gabriel tiveram uma perda ainda maior. Em contrapartida a isso, espero que possamos usar esta fatalidade , como experiência e lição para os momentos que estivermos NO LIMITE.
Gabriel: Descanse em paz e ilumine o caminho de nós mochileiros.
QUANTO VALE A VIDA?
(Humberto Gessinger)
Quanto vale a vida de qualquer um de nós?
?quanto vale a vida em qualquer situação?
?quanto valia a vida perdida sem razão?
?num beco sem saída, quando vale a vida?
são segredos que a gente não conta
são contas que a gente não faz
quem souber quanto vale, fale em alto e bom som
?quantas vidas vale o tesouro nacional?
?quantas vidas cabem na foto do jornal?
?às sete da manhã, quanto vale a vida
depois da meia-noite, antes de abrir o sinal?
são segredos que a gente não conta
(faz de conta que não quer nem saber)
quem souber, fale agora ou cale-se para sempre
?quanto vale a vida acima de qualquer suspeita?
?quanto vale a vida debaixo dos viadutos?
?quanto vale a vida perto do fim do mês?
?quanto vale a vida longe de quem nos faz viver?
quanto vale a vida na última cena
quando todo mundo pode ser herói?
?quanto vale a vida quando vale à pena?
?quanto vale quando dói?
são coisas que o dinheiro não compra
perguntas que a gente não faz:
?quanto vale a vida?