quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Quanto vale a vida??

Olá pessoal,

Como muitos de vocês já sabem, sou um grande apreciador de caminhadas, trekking e atividades que podem nos levar a conhecer lugares pouco explorados pelo homem e que em razão disso conservam sua beleza natural e nos motivam a vencer certos obstáculos para se alcançar um objetivo.

Assim como alguns amigos que me acompanham nas viagens e trilhas, costumo incentivar as pessoas a realizarem este tipo de atividade, porém sempre com muita cautela e indicando trilhas que estejam de acordo com o preparo físico e a experiência da pessoa que irá se embrenhar mato a dentro, montanha acima, morro abaixo etc. Afinal, a segurança é um fator primordial para que se obtenha um Trekking tranqüilo.

Infelizmente, algumas pessoas quando atingem um nível um pouco mais elevado de experiência, começam a mirar objetivos e desafios cada vez maiores e passam a deixar a segurança e a sensatez em segundo plano e nestas horas uma decisão tomada de forma errada pode ser fatal.

Foi o que aconteceu com o economista brasileiro Gabriel Buchmann, 28 que estava desaparecido desde o ultimo dia 19/07 em uma montanha no Malauí, na África. Ele havia saído para escalar uma montanha acompanhado de um guia local, porém em determinado trecho da subida, a mais ou menos três mil metros de altitude, tomou aquela que provavelmente foi a decisão que o levou a morte: Dispensou o Guia.

Segundo relatos, o guia o havia informado sobre os perigos de continuar a escalada devido às péssimas condições do tempo, mas não foi ouvido.
O corpo de Gabriel, foi encontrado caído em um vale a mil metros de altitude e as causas da morte ainda não foram confirmadas pelas autoridades.

Algumas das frases ditas pela família da vítima, confirmam a teoria de que o excesso de confiança das pessoas possa levá-las a um fim trágico:

“Não sabemos a causa da morte, ele estava acostumado a fazer trilhas”

"O Gabriel tem experiência com escalada de montanhas. Ele também é bastante precavido pra qualquer tipo de situação. Ele é preparado, afinal ele já está fazendo esta viagem ao redor do mundo há um ano"

Diante disso me pergunto: Até que ponto vale à pena desafiar os limites da nossa experiência?? Não seria prepotência demais achar que conhecemos mais sobre um lugar do que seus próprios moradores? Será que a atitude dele ao dispensar o guia valeu o sofrimento da família neste momento???

Enfim, são perguntas que prefiro me fazer antes de testar qualquer limite da minha vida.

O mundo mochileiro infelizmente perdeu um de seus Backpackers e sem dúvida a família e amigos do Gabriel tiveram uma perda ainda maior. Em contrapartida a isso, espero que possamos usar esta fatalidade , como experiência e lição para os momentos que estivermos NO LIMITE.

Gabriel: Descanse em paz e ilumine o caminho de nós mochileiros.
QUANTO VALE A VIDA?
(Humberto Gessinger)

Quanto vale a vida de qualquer um de nós?
?quanto vale a vida em qualquer situação?
?quanto valia a vida perdida sem razão?
?num beco sem saída, quando vale a vida?
são segredos que a gente não conta
são contas que a gente não faz
quem souber quanto vale, fale em alto e bom som
?quantas vidas vale o tesouro nacional?
?quantas vidas cabem na foto do jornal?
?às sete da manhã, quanto vale a vida
depois da meia-noite, antes de abrir o sinal?
são segredos que a gente não conta
(faz de conta que não quer nem saber)
quem souber, fale agora ou cale-se para sempre
?quanto vale a vida acima de qualquer suspeita?
?quanto vale a vida debaixo dos viadutos?
?quanto vale a vida perto do fim do mês?
?quanto vale a vida longe de quem nos faz viver?
quanto vale a vida na última cena
quando todo mundo pode ser herói?
?quanto vale a vida quando vale à pena?
?quanto vale quando dói?
são coisas que o dinheiro não compra
perguntas que a gente não faz:
?quanto vale a vida?

5 comentários:

  1. A vida não tem preço!

    eu amo fazer trekking, subir montanhas a dentro, além de vijar também, mas sei qual meu limite e nunca ultrapassei, e também sei que existem pessoas que o passam dos limites, para provar alguma coisa pra si mesma ou para os outros, e acabam como ele...
    Mas como diria Clarice Lispector, "Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

    Talvez algumas não precisam ser entendidas...

    Novamente ótimo texto!

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  2. Ano passado na Michelin, tombou uma bitoneira de 25 toneladas em cima de um operário que estava sem capacete. Será que o uso do EPI o teria salvo ou será que ele já tinha hora marcada com Deus? De qualquer forma é bom não facilitar...rs

    Parabéns pelo blog,

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  3. Eu sempre bato nessa tecla, sempre torro a todos com isso e sou taxada de chata sempre! Não me importo mais em ser a Chatonilda entre todos. Penso que, terminar a aventura sem nenhum acidente, vale o título de Chatonilda!

    Adorei a homenagem, afinal, as maiores discussões que encontramos no meio é sobre ter ou não os benditos guias... rs

    Bjos.

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  4. Imagino q deva ser incrivel essa jornada q vcs fazem, cada paisagem unica, com fortalecimento das amizades, ou um momento introspectivo...infelizmente é sempre ruim p os que ficam qd algo tragico (como desse rapaz) acontece em nossas vidas...
    Deus abençoe todos nós!

    bjinhos

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  5. "Eu tenho medo do medo que as pessoas tem"

    pode ter sido a morte que ele planejou! Sendo assim um belo ato de coragem, dar boas vindas a morte e despedir-se da vida! "quanto vale a vida? quando vale a pena?"... perguntas que a gente não faz! "mas as pessoas na sala de jantar estão oculpadas..." demais para entender isso!

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